sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

JOSÉ FREITAS CAMPOS

 



Padre Campos, como é mais conhecido por todos, compõe o clero da Arquidiocese de Natal/RN, permanecendo a frente da Paróquia de São Sebastião, no Bairro do Alecrim, há quase de 30  anos, desde 10 de março de 1993

Padre Campos já escrevia, compunha e, em várias ocasiões, até cantava e gravava as próprias músicas em disco, muito antes da era dos padres cantores. “Eu sou contemporâneo do Padre Zezinho. Quando comecei a gravar, ele era o único padre cantor. Mas apesar de ter recebido muito apoio dele, nós tínhamos estilos bem diferentes de trabalhar nossa fé na música”, diz. Enquanto Zezinho produzia música  voltada para a catequese e o show, Campos seguia o caminho da música litúrgica, sacra, pensada para a missa, para o templo. 

 

O padre acredita que já gravou mais de 200 músicas ao longo desses 50 anos, muitas delas registradas em compactos e LPs (vinil), CDs, e chegando também ao MP3. A estreia em disco foi compacto duplo “Bem aventuranças”, de 1972, com direito a músicas interpretadas pelo cantor Sílvio Brito, que gravou com a sua banda, Os Apaches. Brito é considerado um ícone pop/rock dos anos 70. Em 1980, veio o álbum “Os preferidos de Deus”, que entre seus vocalistas teve Jessé, cantor do sucesso nacional “Porto Solidão”. 

 

A primeira composição de Padre Campos a ser adotada massivamente pelos templos católicos foi “Oh pai, somos nós o povo eleito”, de 1972 – seu primeiro “hit”, por assim dizer. Provando que música atravessa qualquer fronteira, o padre já foi surpreendido várias vezes por uma composição sua nos lugares mais inesperados. Ele cita uma vez em Munique, na Alemanha, quando um coral de jovens cantou a sua “Vem caminheiro”, traduzida para o alemão. Noutra vez, em uma comunidade indígena da Amazônia, ouviu os nativos cantando sua música. 

 

REPERTÓRIO

 

O concerto em homenagem ao Padre Campos trará algumas de suas canções mais conhecidas, músicas que elevam a fé dos católicos há décadas. A seleção trará os hinos “Litania dos empobrecidos”, “Reunidos ao redor de tua mesa”, “Vem e segue-me”, “Natal é festa de amor”, “Clamor latino”, “Bem vindos à mesa do pai”, as já citadas “Vem caminheiro” e “Oh pai, somos nós o povo eleito”, e “Hino dos mártires” - que foi cantada no Vaticano por ocasião da canonização. 

 

O padre afirma que está acostumado a ser um autor “quase desconhecido” de canções que são populares no cancioneiro sacro nacional. “Na igreja nem sempre há o costume de colocar o nome do  compositor nas músicas que os fiéis estão cantando, por isso muita gente canta músicas minhas sem saber. Por isso eu agradeço essa homenagem da arquidiocese, que é um reconhecimento por essa parte do meu trabalho”, diz. 

 

Apesar de ser um veterano da canção católica, Padre Campos segue em plena atividade até hoje. Há 10 anos ele é o responsável pela música tema da festa de Nossa Senhora da Apresentação, padroeira de Natal, e durante oito anos compôs a música de Santa Luzia, padroeira de Mossoró. Já fez mais de 20 hinos dedicados a santas padroeiras. 

 

Padre Campos natural de  Elói de Souza, Estado do Rio Grande do Norte, nasceu em 10 de dezembro de 1948 e foi ordenado noi dia 01 de fevereiro de 1975, em Natal e há quase 30 anos é pároco da Igreja de São Sebastião, no Alecrim. Segundo ele, desde criança era ligado nos sons sertanejos que o cercavam, como o canto dos aboiadores, cordel, pastoril, e cantiga de roda. Quando entrou no seminário, só podia ouvir música clássica. Mas, quando voltava pra casa, podia ouvir o que quisesse. Foi essa combinação que formou seu ouvido para compôr. “Dizem que minhas músicas são fáceis, porque pegam o ouvinte na melodia. Acho que é resultado disso”, diz. Padre Campos também é escritor e já lançou dez livros.

FONTE – TRIBUNA DO NORTE

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